As ideias moram no ar…

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Ontem, quando fui dormir, tudo parecia normal. Deitei, agradeci a Deus, fiz minha meditação… Mas tomei o cuidado de ligar o youtube no meu celular e coloquei um fone de ouvido para não acordar minha colega de quarto. O sono veio, quase não conseguia terminar a meditação, meus olhos ficaram pesados, me forcei por uns instantes e, finalmente, adormeci… Minha cabeça, porém, parecia que estava mais acordada que nunca! Flashs coloridos surgiam como cometas e logo desapareciam. Prendi a respiração, estava viajando em alta velocidade e tudo aquilo me deixou um pouco enjoada.

Finalmente a velocidade foi diminuindo, os flashs começaram a ganhar contorno, as cores a se distinguir… Até que, finalmente, parei numa cadeira de restaurante, num lugar que eu não conhecia, mas sentia que era muito familiar (coisas de sonhos). Meu ex-namorado ainda era meu namorado, mas ele tinha uma aparência diferente… O reconhecia pelo chapéu. Ah, eu e minha queda por chapéus! Pedíamos muitos pratos, mas quase não comíamos, e os archotes queimavam ao som das ondas, até que uma senhora sentou-se conosco e acabamos indo embora. A cena muda…

Estou arrumando minhas malas para fazer uma viagem até a casa da minha avó, poucos quilômetros de distância, uns dois bairros depois. Queria viajar um pouco, sair dali, sumir por uns dias, mas não tinha dinheiro para uma viagem de verdade. O plano era visitar as pequenas populações que tinham no entorno da cidade: ir, conhecer e voltar no mesmo dia. No sonho, minha mãe que não parecia minha mãe, (os sonhos são estranhos, sempre acontece dessas coisas: as pessoas que conhecemos assumem outras formas e o lugares, que nunca vimos antes, nos parecem tão familiares!). Mas voltando a minha mãe, ela questiona o porque desta vontade repentina de viajar. E eu respondo: “quero ganhar asas!”. Sim, o tão simples, profundo e clichê: “Eu quero ganhar asas!”.

Termino de arrumar a mala, olho a minha volta, observando se não estou esquecendo nada, e me detenho na minha cama (que não era A minha cama) e sinto uma necessidade enorme de ficar ali… É tudo tão meu! Percebo que é uma tolice essa história de ir embora… Poderia fazer as pequenas viagens dali… Porque ir até o outro bairro? Largo minha mala e sento na minha cama confortável e convidativa. Até minha coruja de pelúcia estava ali… Não quero ir embora…

Alguma coisa me desperta, uma hora antes do horário habitual, olho a minha volta e vejo que estou na minha cama, em Madrid, não na minha cama habitual… Mas na que se tornou habitual nestes últimos meses. Minha colega de quarto dorme calmamente na cama ao lado… Tudo parece estar na mais perfeita ordem cósmica. Minha coruja de pelúcia me observando da poltrona, o quadro de Maat pendurado na parede. Pego o celular, que está na minha mesinha de cabeceira, para ver as horas e vejo que há uma atualização no Facebook (sim, isso é um vício). Clico no quadradinho azul e leio: “Anne Araujo, onde quer que você esteja saiba que as boas ideias moram no ar”. ;p

2 Comentários:

Amanda Araujo disse...

Maravilhoso Anne. Cada oportunidade é única, assim como as ideias, deve-se pescar ao ar!

Filippo disse...

Que máximo! adorei o texto. (por exemplo, em filmes, adoro correlações com o mundo dos sonhos, bem David Lynch, Terry Gillian, Tim Burton e etc). E vc pescou tudo isso! Excelente!

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